O dia de ontem na Áustria foi um dos mais negros da história da Formula 1, talvez só comparável a Monza '78 e Imola '94. Ross Brawn prova ser o crápula que já esboçava em outros atos dizendo que, se preciso, repetirá a ordem em Mônaco. Rubens Barrichello diz que está "proibido de vencer". Alexandre Bacci, apresentador do Globo Esporte, ironicamente, é o jornalista mais revoltado com a Ferrari, apesar de apresentar seu programa hoje com uma camisa vermelha.
"Grande Barrichello, piccolo Todt"
- Manchete da Gazzeta Dello Sport, principal diário esportivo italiano.
Agora, a Ferrari é culpada? É. Mas Michael Schumacher, o "rei da mídia" na F1, cometeu seu erro de marketing ao aceitar o jogo de equipe. Por mais que esteja arrependido, não há como isentá-lo da culpa. Após 5 anos tentando amadurecer sua imagem perante público e imprensa como piloto e pessoa depois dos acidentes com Hill e Villeneuve, ele volta a falhar. Fez parte e é causa da maior vergonha que já presenciei em tantos anos que admiro esse esporte. Sim, automobilismo é um esporte. Ainda.
"Schumacher, você já não tem bastante?"
- Bild, jornal alemão.
Rubens Barrichello não é vítima, é cúmplice. Poderia se sagrar herói, mas preferiu a submissão e o conforto mesmo que isso o relegue à mera figuração nos pódiuns. Poderia ter evitado sua própria humilhação.
"Barrichello faz Schumacher vencer".
- La Republica, da Itália.
A Ferrari quer matar a Formula 1. Jean Todt e Ross Brown parecem mancomunados a tal. Deveriam dirigir uma firma multinacional de computadores, não prestam para o esporte. Só a FIA pode detê-los, aplicando alguma punição drástica contra a Scuderia. Porém a reunião marcada pela instituição para Maranello se explicar sobre os acontecimentos está marcada apenas para o final de Junho.
"O automobilismo é mais importante que a Ferrari. Podemos sobreviver sem eles."
- Flavio Briatore, chefe de equipe da Renault.
Não há como defender nenhum dos envolvidos nesta história. Infelizmente temos, nós amantes dos esportes a motor, muito a lamentar.