Sunday, August 03, 2003

hockenheim 2003 - opinião do BOI

É "impsionante" esse tal de Ralfete Schumacher, o pederasta voador. Quando eu falei em "número da besta" para David Coulthard, por seu tempo de classificação em 1'10''666, mal sabia eu o que estava por vir. Vocês se lembram do Queixadinha decolando pra cima de Rubens Barrichello na largada da corrida da Austrália ano passado? É, o raio caiu de novo no mesmo lugar.

Situação em Melbourne 2002: Rubens na pole, Michael Schumacher em segundo, campeonato por começar, ou seja, absolutamente nada definido. Rubens larga, Michael cai pra terceiro ou quarto e Ralfete tenta desesperadamente passar o brasileiro, que se defende pela esquerda. Ralf vai para a esquerda também porém ele esquece de frear para fazer a curva. Resultado: inevitável strike em Rubens. Michael Schumacher não tem adversários na corrida e ganha com facilidade, assim como o campeonato.

Situação em Hockenheim 2003: Ralfete em segundo, Rubens em terceiro e Raikkonen em quinto. Rubens larga mal e Raikkonen tenta passá-lo pela esquerda, quase pela grama. Rubens evita o toque com Raikkonen deixando um mínimo de espaço de asfalto para ele. Ralf vai para a esquerda, se defendendo de Trulli que atacava pelo meio; Barrichello se aproxima pela esquerda e Ralf fecha Barrichello para tomar a linha da curva. Raikkonen a essa altura está emparelhado à esquerda de Barrichello, este breca mas não tem para onde ir. Ralf toca em Barrichello, que toca em Raikkonen, que por sua vez roda e bate em Ralf e vai para os pneus. Os três, que até então tinham chances "claras" de disputar o título, saem da corrida. Juan Pablo Montoya não tem adversários na corrida e ganha com facilidade. Já o campeonato...

Ralf diz que "não entendeu como o acidente aconteceu". É, não há explicação. Talvez seja marra, birra, burrice, encolhimento cerebral ou algo do tipo. Ralfete é rei em fazer cagadas na largada - Mika Hakkinen agradece a tomada da coroa. Lembro novamente que o rapaz em questão já aprontou até pro irmão em Nurburgring, 1997. Tudo bem que se não ocorresse a batida e avaliarmos a corrida de Montoya e de Michael, Rubens não iria além do terceiro lugar. Essa história de pneu que ele contou não cola. Senão o Sr. Nunca-Fui-Ajudado tinha voado pra cima das Renaults logo de cara.

Pelo menos já enfiaram a jaca em Ralfete pra Hungaroring: vai perder 10 posições no grid. Que é pra largar mão de ser besta. Mas a maior punição para ele foi, sem dúvida, ver Juan Pablo Montoya humilhando a concorrência com um carro pelo menos 1,5 segundo mais rápido por volta do que o resto.

Montoya pilotou isolado na liderança o tempo inteiro. Hat trick ao estilo dos grandes. Entrou na briga pelo título com sobras. Ele bem que já estava merecendo pelo o que tem feito pela categoria em matéria de emoção e disputa. Está faltando mesmo alguns caras com colhões pra desafiar o queixudo e ele é o homem certo a fazer isso. Kimi Raikkonen já mostrou que ainda faz bobagens quando muito pressionado [sombras de Mika Hakkinen? herança nacional?] e talvez ainda não esteja preparado pra ganhar um título. Digo isso com pesar no coração pois torço uma barbaridade pra esse moleque correr o que sabe - e sabe muito - o tempo todo, sem os cinco segundos de pânico que costuma ter. Fernando Alonso parece sofrer do mesmo mal.

Ah, e me vem o colombiano dizer que "ainda não pensa no campeonato". A seis pontos do alemão? Com três pistas favoráveis a frente? Com o rojão que é a FW25 na mão? Então tá, e eu sou o Silvio Santos.

Michael que se cuide com o chumbo. Só ele e Juan Pablo dependem dos próprios resultados para ganhar o título - Raikkonen, o único sobrevivente na briga na "trinca da lambança", teria que ganhar as proximas quatro corridas e torcer para pelo menos um tropeço de Schumacher. O que não é nada difícil dada a maré que o alemão atravessa. Eu acompanhei a carreira inteira do cara e posso dizer sem remorso que nunca vi suas performances tão baixas. Em Nurburgring foi um tapinha na orelha que levou de Montoya, antes de rodar ridicularmente. Na Inglaterra demorou um ano para ultrapassar alguém, enquanto Barrichello tocava o horror na criançada. E hoje, depois de resolver passar Jarno Trulli a umas cinco voltas do final, teve seu pneu estourado e uma decepcionante sétima colocação. Sem falar que antes dessa parada, ele já estava um minuto atrás de Juan Pablo.

Aliás, a Brigdestone colocou fogo no campeonato. Pena [para eles] que o resultado foi o inverso ao que esperavam.

Depois do acidente da largada e salvo quaisquer outros graves contratempos, Barrichello e Ralf são cartas fora do baralho para o título. A Rubens resta o histórico de já ter vencido nos circuitos das próximas três corridas: Hungaroring, Monza e Indianapolis. Isso não é lá grande coisa se considerarmos que, depois dos acontecimentos de hoje, a grama vai ser mais verde do que nunca pro lado do Alemão dentro da equipe. Isso quer dizer menos atenção na hora do pit stop, na hora de acertar o carro, possibilidade de jogo de equipe, etc., vocês sabem bem. Barrichello periga comer o pão que Ross Br... digo, o diabo amassou até o final da temporada sob pena de recisão de contrato se pintar um "vice" de Michael. Talvez tenha sido esta sua última chance de grande corrida no ano. Torço para estar errado. Já Ralf já nem merecia ganhar o salário que tem, quanto mais corridas e título.

Cristiano Da Matta andou o tempo inteiro atrás, porém perto, do companheiro Panis e angariou mais uns pontinhos para a Toyota. Os japas estão evoluindo e a tendência é consolidarem-se como quinta equipe do circo até o final do ano. Não tivesse Panis freado para desviar-se da "trinca da lambança", viraria a primeira curva à frente pelo menos de Schumacher. Coulthard e Webber se embrenharam por ali na largada para ganhar as posições das Toyotas.

E quem é Nicholas Kiesa? Quem é [ou "o que é"] Justin Wilson? Devolvam-me o Tarso Marques e Antonio Pizzonia, faz favor. Kiesa será tão lembrado quanto Anthony Davidson [quem?], Jordan e Sauber correm para cumprir cotas de patrocínio, BAR parece só pontuar às custas da incompetência alheia e a Jaguar merece um lugar no limbo por ser a pior equipe na relação investimento/resultado. Também pudera, é só ver o histórico de presepadas da direção da equipe que logo se nota o porquê do mar de merda em que está imersa. Luciano Burti e caso Pizzonia que o digam. Que vão em paz.

A próxima corrida no kartó... digo, circuito de Hungaroring, Hungria, em outras circunstâncias prometeria ser uma bosta, visto que a pista o é. Mas como possui fatores pró tanto para Williams quanto para Ferrari, a etapa promete ser divertida. Falando a verdade, só vi uma única corrida boa nesse circuito: em 1997, quando Damon Hill e sua inacreditável Arrows/TWR cederam a liderança na última volta para Jaques Villeneuve em uma atitude completamente suspeita [ação anti-Schumacher? não duvido nada]. Se Rubens estiver inspirado de novo, Michael vier mordido e Montoya se estabilizar na ponta, vai dar uma bela duma briga. Esperemos, pois.